Sete pecados mortais
Alguns seguidores do cristianismo dizem que há pecados que são as causas de todos os outros. Há sete pecados que eles chamam de mortais. Embora a Bíblia não faça uma lista dos sete pecados mortais, eles estão no livro A Divina Comédia.
Classificados por ordem (começando pelos mais leves e menos maus) como na Divina Comédia de Dante (no Purgatório), os sete pecados mortais são:
- Luxúria (fornicação) - Desejo sexual ilegal, tal como desejar sexo com uma pessoa fora do casamento. (A definição de Dante era "amor excessivo pelos outros", e isto reduzia o amor que uma pessoa podia dar a Deus).
- Gula - Desperdício de comida, seja por comer demasiada comida, bebida ou drogas, desejo inútil de comida pelo seu sabor, ou por não dar comida aos necessitados ("amor excessivo ao prazer" era a definição de Dante).
- Ganância (cobiça, avareza) - A ganância é quando alguém quer mais coisas do que a pessoa precisa ou pode usar. Dante escreveu que a ganância é demasiado "amor ao dinheiro e ao poder". Alguns exemplos de ganância incluem ar condicionado, mansões, carros de luxo e veículos utilitários desportivos.
- Preguiça (também acidie, acedia) - Preguiça; ociosidade e desperdício de tempo que uma pessoa tem. A preguiça é odiada porque:
· Outros têm de trabalhar mais
· Atrasar o que Deus quer que uma pessoa faça ou não o faça de todo
· Torna a vida mais difícil para si próprio, porque o trabalho útil não se faz
· É, como a gula, um pecado de desperdício, pois perde tempo, talvez por causa do orgulho
· A preguiça é um estado de equilíbrio: não se produz muito, mas também não se precisa de muito (na teologia de Dante, a preguiça é a "incapacidade de amar a Deus com todo o coração, toda a mente, e toda a alma"; exemplos específicos incluindo ser preguiçoso, ter medo, falta de imaginação, complacência, e não fazer o que a pessoa deve fazer).
- Ira (raiva, ódio) - Sentimentos inapropriados (não certos) de ódio, vingança ou mesmo negação, bem como desejos punitivos fora da justiça (a descrição de Dante era "amor à justiça pervertido à vingança e ao rancor").
- Inveja (ciúmes) - Odiar outras pessoas pelo que têm. Dante escreveu que a inveja é "Amor do próprio bem pervertido ao desejo de privar outros homens do seu" (por outras palavras, pensar que a própria pessoa deveria ter mais, mesmo que isso signifique que outra pessoa terá menos por causa dele).
- Orgulho (vaidade) - Um desejo de ser importante ou atraente para os outros ou amor excessivo por si próprio (manter-se fora da posição adequada em relação a Deus ou aos semelhantes; a definição de Dante era "amor de si próprio pervertido ao ódio e ao desprezo pelo próximo").
As pessoas vêem que alguns destes pecados estão ligados. Tentaram colocar-lhes uma ordem. Por exemplo, o orgulho (amor a si próprio fora de proporção) é necessário para a gula (o consumo excessivo ou desperdício de alimentos), bem como a preguiça, a inveja, e a maioria dos outros. Cada um destes pecados é uma forma de não amar a Deus e de não amar os outros tanto como a si próprio. O escolasticismo desenvolveu um esquema de atributo e substância de vontade para explicar estes pecados.
Como mencionado anteriormente, as palavras latinas para os pecados são: superbia, avaritia, luxria, invidia, gula, ira e accidia. As primeiras letras destas palavras formam a palavra latina medieval saligia, de onde é tomado o verbo saligiare (cometer um pecado mortal). Existem vários dispositivos mnemónicos para recordar os pecados em inglês, por exemplo, PEG'S LAW (orgulho, inveja, gula, preguiça, luxúria, avareza, ira).
No Catecismo oficial da Igreja Católica, constituído por 2.865 secções numeradas e publicado pela primeira vez em 1992 por ordem do Papa João Paulo II, os sete pecados mortais são tratados num parágrafo. A principal codificação da transgressão moral para os cristãos continua a ser os Dez Mandamentos e as Beatitudes, que são uma declaração positiva de moralidade, e parte do Sermão da Montanha.
O oposto destes pecados são as sete virtudes (castidade, moderação, caridade, zelo, mansidão, generosidade e humildade) na ordem correspondente aos sete pecados mortais acima mencionados.
Hieronymus Bosch (1450-1516): Os Sete Pecados Mortais.
Punições
Segundo a Divina Comédia, há castigos para aqueles que morrem com pecados mortais não confessados.
Os Lustfuls, estão no segundo círculo do Inferno. Ali são soprados por um vento forte, sem a esperança de nunca descansar. Isto porque a luxúria é tão poderosa, que pode soprar uma em volta sem necessidade ou objectivo.
Os Glutões estão no terceiro círculo. Ali, são forçados a deitar-se numa espécie de lama, feita por chuva gelada, neve negra e granizo. Isto costumava simbolizar o que eles faziam com a sua vida.
Os Gananciosos estão no quarto círculo. Lá são cozidos em óleo quente, é o melhor óleo que o dinheiro pode comprar, mas ainda está bastante quente e será transformado em ouro.
Os preguiçosos estão no quinto círculo. Aí são atirados para um poço de cobras onde os indolentes terão de se deslocar para as tirar eternamente de cima deles.
Os Irais também se encontram no quinto círculo. É um círculo combinado de Preguiça e Ira. Os seus membros são rasgados, porque os furiosos usam os seus braços e/ou pernas no seu acto de violência.
Perguntas e Respostas
P: Quais são os sete pecados mortais?
R: Os sete pecados mortais, também conhecidos como pecados cardeais, são tipos de pecados dentro dos ensinamentos cristãos. Eles incluem orgulho, ganância, ira, inveja, luxúria, glutonaria e preguiça.
P: De onde surgiu o conceito dos sete pecados mortais?
R: O conceito dos sete pecados mortais teve origem nos Padres do Deserto, que reconheceram sete ou oito pensamentos malignos.
P: Os sete pecados mortais são mencionados na Bíblia?
R: Não, eles não são mencionados na Bíblia.
P: Como os sete pecados mortais foram retratados na arte e na literatura?
R: Os sete pecados mortais foram retratados em pinturas e decorações em igrejas, bem como em livros de texto mais antigos.
P: O que é o oposto a esses tipos de pecado?
R: O oposto a esse tipo de pecado é conhecido como as Sete Virtudes Celestiais.
P: Que tipo de perversidade esses comportamentos ou hábitos formam?
R: Esses comportamentos ou hábitos formam diretamente outras perversidades.
P: Quantos pensamentos malignos os Padres do Deserto reconheceram?
R: Os Padres do Deserto reconheceram 7 ou 8 pensamentos malignos.