Sermão da Montanha

De acordo com a Bíblia, o Sermão da Montanha foi um discurso que Jesus de Nazaré fez a seus seguidores e a um grande grupo de pessoas por volta de 30 dC. Jesus proferiu o discurso na encosta de uma montanha. A parte mais popular do discurso são as Bem-aventuranças, que estão no início. O Sermão também contém a Oração do Senhor. Outras linhas populares do Sermão da Montanha são "dar a outra face", "sal da terra", "luz do mundo", e "não julgueis, para que não sejais julgados".

Muitos cristãos acreditam que o Sermão da Montanha está relacionado com os Dez Mandamentos. Eles acreditam que ambos são muito importantes para explicar como os cristãos devem agir em relação aos outros.

Crenças sobre o significado do Sermão

Um dos debates mais importantes sobre o sermão é como ele deve ser aplicado à vida cotidiana. Quase todos os grupos cristãos criaram suas próprias formas de entender e usar o Sermão em suas vidas. Em um livro chamado Understanding the Sermon on the Mount, Harvey McArthur lista doze pontos de vista diferentes sobre o Sermão.

(1) A visão absolutista

A visão absolutista diz que as pessoas devem fazer exatamente o que Jesus disse no Sermão, o tempo todo. Se fazer isso coloca uma pessoa em perigo, então é isso que a pessoa precisa ser salva.

As pessoas que acreditavam nisso incluíam:

  • São Francisco de Assis
  • Dietrich Bonhoeffer
  • Leo Tolstoi (quando ele era mais velho)

As igrejas que acreditam nesta visão incluem:

  • As Igrejas Ortodoxas Orientais
  • Os primeiros anabatistas
  • Grupos anabaptistas modernos, como os menonitas e os hutteritas

(2) Modificar o texto

Nos tempos antigos, as pessoas modificavam (mudavam) o texto do Sermão para torná-lo mais popular. Por exemplo, na Bíblia, Mateus 5:22 foi mudado de "[todo aquele que se enfurecer com seu irmão estará em perigo de julgamento" para "[todo aquele que se enfurecer com seu irmão sem causa estará em perigo de julgamento".

Nos últimos séculos, tem sido mais comum mudar as palavras do Sermão, para retirar partes que as pessoas teriam dificuldade em aceitar.

Quase todos os grandes escritores cristãos fizeram mudanças como esta em algum momento.

Esta visão não é apoiada por nenhuma denominação cristã específica.

(3) A visão da hipérbole

Uma das visões mais comuns é a visão hipérbole. Ela diz que Jesus usou a hipérbole (o que significa que ele exagerou) em partes do Sermão. As pessoas que acreditam nisso pensam que os ensinamentos de Jesus precisam ser tornados mais realistas se quiserem ser usados no mundo real.

A maioria das pessoas concorda que existe alguma hipérbole no Sermão, mas elas discutem sobre quais partes são hipérboles.

(4) A visão dos princípios gerais

A visão dos princípios gerais diz que Jesus não estava dando instruções (dizendo às pessoas exatamente como agir). Ao invés disso, ele estava dando exemplos de como uma pessoa deveria se comportar.

(5) A visão padrão duplo

A visão de duplo padrão diz que parte dos ensinamentos de Jesus são idéias gerais sobre como agir, e algumas são instruções. Para serem salvas, a maioria das pessoas só tem que seguir as idéias gerais sobre como agir. Apenas um pequeno número de pessoas santas, como o clero e os monges, tem que seguir as instruções.

As pessoas que acreditavam nesta visão incluíam:

A Igreja Católica Romana acredita na visão de dois pesos e duas medidas.

(6) A visão dos dois reinos

Martinho Lutero não acreditava nas idéias católicas sobre o Sermão. Ele criou a visão dos dois reinos. Lutero dividiu o mundo em dois reinos, ou seções: o reino religioso, e o reino secular (não religioso). Ele pensava que o Sermão só se aplicava à parte religiosa da vida. No mundo cotidiano, as pessoas poderiam ter que fazer coisas que o Sermão dizia que não deveriam fazer. Por exemplo, em seu trabalho secular, um juiz poderia ter que punir um criminoso em vez de perdoá-lo. Entretanto, como homem religioso, o juiz ainda deve sentir pena do que acontece com o criminoso.

(7) A analogia da visão das Escrituras

A analogia da visão das Escrituras diz que quando o Novo Testamento foi escrito, partes do Sermão foram alteradas. Por exemplo, Jesus disse que era errado fazer um juramento. Entretanto, no Novo Testamento, Paulo usa os juramentos pelo menos duas vezes.

(8) As atitudes não atuam vista

O ponto de vista das atitudes que não age diz que, no Sermão, Jesus estava apenas dizendo às pessoas o que ele mesmo faria. Ele não estava dizendo a outras pessoas o que elas tinham que fazer para serem bons cristãos.

Wilhelm Hermann criou esta visão no século dezenove.

(9) A visão ética interina

A visão ética interiminterim diz que quando Jesus deu o Sermão, ele pensou que o mundo iria acabar muito em breve. Por causa disso, seus ensinamentos foram destinados apenas por esse curto período de tempo.

Albert Schweitzer criou esta visão.

(10) A incondicional vontade divina

A visão incondicional da vontade divina diz que Jesus quis que as pessoas fizessem exatamente o que ele disse e seguissem a ética de que ele falou no Sermão. Entretanto, com a maneira como o mundo está agora, as pessoas não podem fazer isso. As pessoas tentam seguir a ética do Sermão, mas sempre falharão. Isto vai mudar quando o Reino dos Céus voltar ao mundo. Naquele momento, todos poderão viver da maneira que Deus quer.

Martin Sibelius, um filósofo alemão, criou esta visão no século XX.

(11) A visão do arrependimento

A visão do arrependimento diz que Jesus sabia que as pessoas não seriam capazes de seguir seus ensinamentos. As pessoas tentariam segui-los, mas falhariam. Isto as ensinaria a se arrependerem. Desta forma, as pessoas passariam a ter no Evangelho.

(12) Dispensacionalismo

O despensacionalismo divide a história humana em grupos separados. Esta visão diz que hoje vivemos em uma época em que não podemos viver à altura dos ensinamentos do Sermão. Entretanto, em algum momento no futuro, seremos capazes de fazê-lo. Quando esse tempo chegar, as pessoas terão que seguir os ensinamentos do Sermão para obter a salvação.

Outros pontos de vista

E. Earle Ellis, um professor de teologia, diz que no Sermão, Jesus está pedindo aos crentes que vivam de uma maneira que seja normal no futuro reino de Deus. Como diz Ellis, devemos falar as palavras de Jesus, pensar em seus pensamentos e fazer suas obras. Como esta será a ética do futuro reino de Deus, as pessoas devem viver suas vidas de uma maneira que as ajude a estar prontas para viver no reino de Deus.

Em um livro chamado Hiram Key, Christopher Knight e Robert Lomas dizem que o Sermão da Montanha nunca aconteceu. Cavaleiro pensa que Mateus "colou todos os tipos de passagens juntos como se fossem ditas uma após a outra a uma multidão no topo de uma montanha". Ele acredita que 'os ensinamentos foram redigidos nesta única 'ocasião' para não interromper o fluxo da história geral'.


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